José saiu de casa de manhã.
José andou duas quadras.
Esperou o onibus na esquina.
José desceu do onibus.
José andou quatro quadras.
José entrou no prédio de vidro.
José entrou no elevador.
José entrou em sua sala.
Sentou.
José ligou o computador.
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E por uma incrível coincidência, naquele dia em que estava ruminando sobre a vida,alguém deixou na tela a mensagem do grande poeta:
ResponderExcluir"E agora, José? A festa acabou,a luz apagou,o povo sumiu,a noite esfriou,e agora, José?e agora, Você? Você que é sem nome,que zomba dos outros,Você que faz versos,que ama, proptesta?
e agora, José?"
E agora...
José abre o jornal sobre a mesa e espalha papeizinhos pelo chão do escritório. A janela se abre e mais formularios e notas voam pela sala.
ResponderExcluirJosé lê o jornal. Não lê os papeis voando.
josé foca a noticia.
ResponderExcluirjosé trabalha a opniao.
josé tecla um texto
e depois pausa, vai tomar um café.
tonhao comprimenta josé na cozinha.
-bom dia.
josé responde com um sorriso meio torto.
-bom.
e agora josé?
josé pega um maço de guandanapos.
josé fica com um.
josé usa o guardanapo o resto deixa voar com a brisa.
nao lê os papeis voando.
José é calvo, sorri pouco.
ResponderExcluirJosé tambem chamava-se seu pai
José fica olhando para o guardanapo em branco, perdido em reflexões. Alguns papeis voam pela janela e continuam seu voo solitario por entre os predios da cidade barulhenta. Mas eles não ouvem o barulho.
Nem José.
E José foi então até a janela e notou que alguns dos seus papeis voavam pela janela afora. E ficou ali parado olhando por um tempão.
ResponderExcluircontemplando.Sem nenhum outro movimento,nem mesmo os pés que já começavam a incomodar. Tamanha era a beleza dos papéis ao vento que ele se deixou levar, e nem se deu conta da importância desses...
ResponderExcluirguardanapos, papéis, árvores, muitas árvores, poucos papéis... José fez o seu papel, pena que voaram, José jurou ao pé da árvore, José não plantou aquela árvore, José chorou...
ResponderExcluirO planeta do José, o gosto amargo da tarde na cidade, o céu laranja, José e o cinza, José é normal, passageiro da via, vazia, da vida sem asas, de papéis brancos sem linhas, José mergulha, tudo azul marinho...
ResponderExcluirosé se lembra dos dias de juventude.
ResponderExcluirJosé se lembra daqueles sonhos.
Os sonhos guardados no armário da alma de José. E um dos sonhos de José era viajar de moto. Tal qual os papéis de José, ele voa para rua.
E afrouxando a gravata, sai correndo em direção a uma revenda de motos.
E após algumas quadras, ele para e a vê. Estava alí, parada, um de seus sonhos de juventude...
ah!Sim. É..é desculpe-me esqueci,mas volto já
ResponderExcluir.... José andou quatro quadras.
José entrou.....
José entrou no elevador.
José ....entrou em sua sal
Sentou.
José ligou o computador.
José sorriu: o número
finalmente posso...
José parou.
ResponderExcluirJosé, você não pode.
José girou na cadeira, como uma roleta russa, José parou...
Olhe José, você não deve, pela vida, pela via, pela rua vazia...
São almas José, são gente, são tão diferentes, e agora José.
José abaixa a cabeça, leva as mãos ao rosto. Pobre josé, chora copiosamente atö sua camisa ficar molhada mas a tristeza não passa.
ResponderExcluirJosé abre a janela e olha pra o horizonte de predios. Muitas pessoas, muitos sonhos, muitos papeis para representar, muitos papéis que voam.
José fecha os olhos e salta pela janela. Seu corpo vai voando e vão voando os papeis que representou, voando para céu e levados pelo vento.