Passando na frente de uma loja ouvi o radio que tocava uma musica antiga. O refrão dizia, a tua piscina ta cheia de ratos... e foi sumindo na distancia. Andei um pouco mais e engatei a mesma metrica na mesma melodia, a tua caveira ta cheia de ossos... Atravessei a rua e a coisa martelava, a tua banheira esta cheia de patos...a tua cadeira esta cheia de pregos... e foi piorando. A tua bexiga esta cheia de choppis... E não parou por aí.
a tua mesa está cheia de restos...a tua vida está cheia de cacos...e martelando numa mesma batida frenética continuava:
ResponderExcluirsuas ideáis não correpondem aos fatos...
Parei.
ResponderExcluirComo as idéias não correspondem aos fatos?
São fatos.
Dei meia volta e comecei a voltar pelo mesmo caminho, tentando tornar a musica audível novamente.
E o tempo não pára.
Não pára,não,não pára.
ResponderExcluirquando se vê já são seis horas,
quando se vê,já é sexta-feira,
quando se vê, já é natal
quando...
agora é tarde...
tarde pra se viver o que ja passou o que ja perdi pois o tempo o tempo nao para e quantas palavras audiveis deixei de cantar de rimar...
ResponderExcluirO refrão vindo da loja. o que criei a partir daí...os fatos quando fatos, o tempo que não para, o que passou, o que perdi, as palavras que deixei de rimar, estavam impregnados na minha mente e, eu matutando seguia calmamente
ResponderExcluirquando derrepente, "a ficha caiu” e, então percebi que...
não era eu a quem a musica havia impregnado, estava entrando na ideia de outrem sem que me desse conta disso. Minhas ideias não estavam correspondendo aos fatos. Quando cheguei enfim de volta a frente da loja o tempo parou.
ResponderExcluirHouve um silêncio. Ninguém pesando?
ResponderExcluirTimidamente o som vindo novamente, baixinho, mau ouvia. Agucei meus sentidos. Mais um pouco...
E uma frase completa.
- Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida.
Olhei em volta, quem seria?
e ali , pra meu completo espanto uma outra realidade,um mundo paralelo, nem tanto, pensei, pensamos.
ResponderExcluirE, era apenas o pensamento coletivo em forma de musica.. ao longe.
a minha volta, todos...e uma ruta mordida
Imaginei que sabor teria a fruta mordida. Quem teria mordido e se por algum acaso, destes que ocorrem sem o menor sentido, o tempo teria de fato parado dentro de minha cabeça. Foi quando descobri que não exixtem acasos e que a mecanica de nossas vidas são mais regidas por nossos atos do que pela posição dos astros no espaço sideral.
ResponderExcluirFoi quando ouvi la longe alguem cantando o jingle das lojas Marabras...