domingo, 12 de julho de 2009
Sem titulo porenquanto numero 238b
Em cima da cadeira tinha uma camiseta branca jogada no encosto. No assento havia duas moedinhas, um maço de hollywood menta quase vazio, um isqueiro Bic verde e uma paçoca bem amassada ainda dentro da embalagem onde se podia ler Amor. Embaixo da cadeira havia um par de tenis aparentando ser a coisa mais chulezuda do mundo onde enfiaram meias para talvez sufocar a ardencia destes vapores insolitos.
No ar flutuavam as ondas de uma radio AM com uma dessas musicas que a gente escuta alguem assobiando na rua e que nos parecem tão distantes de nossa realidade, que nos sentimos despertos para um outro universo. Um universo as vezes bizarro, impar, inesperado.
No dia seguinte foi que reparei:
.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
que a cadeira,a camiseta branca o isqueiro,as moedas..o maço...tudo ali me pertencia,a constatação de possuir um tênis chulezudo foi aliviada pela lembrança da tarde em que foram esquecidos numa tempestade,a música,o assobio continuaram distantes.
ResponderExcluirSomente a paçoca amassada dentro da...,não me pertencia
pertencia a uma memoria amarga, do dia em que esse amor não foi consumido. A paçoca jamais seria comida, estava muito velha, era um souvenir de tempos mais sedutores quando ainda em mim morava a esperança. Mas de fato tudo me pertencia, até a cadeira. Havia muito tempo que não entrava ali, a poeira cobria tudo inclusive a saudade.
ResponderExcluirLembrei me derrepente da gaveta. Ali haviam ficado
uma parte de mim, e mesmo com lágrimas nos olhos, ainda pude ver, lá escondidinho, no fundo da gaveta ,aquele maldito alicate vermelho, com pontas finas ,com um corte preciso, que falta ele me fez.
ResponderExcluirparada e estatica a olhar aquela cadeira e aqueles insignificantes objetos em meu passado percebi o quanto eram doce como aquela paçoca que deixei de lado naquele chuvoso dia a seu lado...
ResponderExcluirmas não foi derrepente,nada é, aos poucos é que o valor de cada objeto, cada detalhe do passado foi aparecendo,
ResponderExcluire junto com ele o cansaço das coisa ditas normais.
Cansaço esse daquela rotina, que durante tantos anos foi a mesma chata de sempre, nao me deixando ver que cada detalhe dessa vida e de outras, por mais pequenos que eles possam ser, cad um tem seu valor.
ResponderExcluirCada um é especial.
Lembrei de todos os detalhes que passavam na minha cabeça naquela hora, todos de que pudesse me lembrar naquele instante...
mas de todos esses detalhes,um se destacou, aquela sua blusinha xadrez com enormes botões.
ResponderExcluirAté hoje aterrorizam meus pensamentos.
Bem que vc poderia...
voltar e me dizer adeus como se deve, sem magoas, sem gerar essas pontadas doloridas aqui no centro do meu peito onde moram os fragmentos que restaram do meu coraçao. Mas allas, cest la vie, procurarei outro porto, novos horizontes mesmo sabendo que apesar de tudo, sempre carregarei um pedaço do que sonhamos juntos e nunca aconteceu.
ResponderExcluirTava mesmo na hora de
partir e, transformar essas magoas,virar gente grande,abrir o meu coração,para infinitas possibilidades.
ResponderExcluirquem sabe, o inesperado faça uma surprêsa.
E assim sentado em meio aquela confusao mobiliaria, misto de lembranças, poeira e passado escuto passos no corredor. A porta se abre a medida que meu olhar se ergue lentamente.
ResponderExcluirAnte minha espectativa, sou obrigado a sorrir.