quarta-feira, 28 de outubro de 2009

E QUER SABER...É PRECISO!



É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz.
E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher.
Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d’água e trouxas de roupa.
Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos.
Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas.
São as mulheres que irão impor um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer à ternura de suas mentes e a doçura de seus corações.
Arnaldo Jabor


Eu não queria ser tão direta não. É que às vezes a gente fica sem escolha mesmo, e aí, não tem jeito, ou você fala ou você fala. Sempre fui de contemporizar, contornar mesmo a situação, essa coisa de ser dada à compreensão, empatia, o diabo, mas cansei dessa cordialidade toda. E quer saber, foi num rompante abri a porta e....

E quer saber? Eu sou egoísta, muito mais egoísta do que você pensa. Eu não faço nada por você, eu faço por mim. Eu venho aqui porque eu sinto vontade, e não porque você me chama. Eu gosto disso, assim, paixão solta e brusca, tesuda. Não me venha com síndrome de fidelidade, de ser só meu (ou só minha, tanto faz), pelo amor de Deus, não me responsabilize pela sua felicidade.
ufa!!!Consegui, mas tinha minhas dúvidas, não é pra menos, a vida toda me segurando, no começo titubiei um pouco, mas depois ganhei força, e a queima roupa saiu isso tudo.
Alma lavada! Os pingos nos "is”, agora sim poderíamos nos entender.

E, quando nossos olhares se cruzaram percebi a expressão de culpa, algo que eu disse teve algum efeito, ele abriu a boca, mais fechou de novo, abriu novamente e, mais uma vez o silencio, na terceira vez sussurrou inaldivelmente "eu não sou feliz". Fechou-a novamente.
É que eu disse tudo sem tropeçar, sem ensaio.
Fugi da inércia submissa e me revirei
em tons sem soluços.Sem pausa,eu?acredito que mudei de signo.
Claro que mudei de signo, nasci de novo.
Criei a força do tempero, acidez necessária para realçar a doçura.
Ele tornou-se espanto, acuado pelo específico, explícito dissabor.
-Quem sabe o que se passou no intervalo ínfimo da intempérie fresca das palavras regurgitadas? Nenhum homem suporta tanta independência. Eles não sabem o que fazer com o tesão, simples e objetivo de uma mulher. Sentiu-se oprimido e incompetente. Esperava uma lágrima, um destempero, mas tudo que teve foi à verdade.
Eu não te amo apenas te desejo.
E quer saber que tal um bom vinho? Esqueçamos tudo o espanto, o egoísmo, as dúvidas, a culpa, a minha, a sua, a do mundo, da nossa pequenez, das nossas misérias, o que queremos e o que não queremos o que podemos e, principalmente o que não podemos dar.
Que tal? Parece bom, começarmos assim do zero.

Vem cá! Vem! quer saber adoro sua companhia, estar perto de você me tira as pressões do mundo.Vamos beber! Sorver o álcool e depois transar, você gosta não é? Feliz ou não, não acho que vai negar, vai? Faça-me feliz, mesmo que seja pelos poucos segundos de meu orgasmo!
Assim bom menino, como todo homem, você é fraco pela carne, e eu como toda mulher temo a solidão, venha me aqueça em teus braços.

NDORETTO, Youkai, Cristinasiqueira, Ira Buscaio, Sueli Aduan.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

E QUER SABER...

Eu não queria ser tão direta não. É que às vezes a gente fica sem escolha mesmo, e aí, não tem jeito, ou você fala ou você fala. Sempre fui de contemporizar, contornar mesmo a situação, essa coisa de ser dada à compreensão, empatia, o diabo, mas cansei dessa cordialidade toda. E quer saber, foi num rompante abri a porta e....

domingo, 18 de outubro de 2009

DAS COISAS DO MUNDO"...saber ou não saber

- Se eu soubesse disso nada teria acontecido.
- Como assim se soubesse? Você não sabia?
- Mas é claro que não. Como poderia?
- Uai! Todo mundo sabe.
- E o que eu tenho a ver com todo mundo, posso saber?
- Saber o quê?
- O que todo mundo sabe, oras!
- Mas você não é todo mundo. Não quer saber, e ainda diz que se
soubesse nada teria acontecido.
- Então nada aconteceu, ou aconteceu? ...

-é lógico que aconteceu, por que não aconteceria?-
ué por que eu não sei!
-e isso muda alguma coisa?
-como que eu vou saber.
-viu é por isso que as coisas acontecem.
-por que, o quê?-por que você nunca sabe de nada.
-entao, eu tenho o poder de não deixar acontecer se eu souber.
-sim, você tem. E você o que sabe?
-eu sei que nada mais sou além da manifestação da sua consciência, agora continue operando o paciente a sua frente e esqueça seus problemas domésticos. -mais preciso dormir.
-agora não, concentre-se!
-eu não sabia juro que não sabia.
-eu sei, ta tudo bem...
Por exemplo, esta artéria aí que vc esta suturando não tem nada a ver com sua dor de barriga, ela é mera conseqüência dos seus excessos a mesa, e fora dela, wow, pinça, quase escapou!
– Mas o que todo mundo sabe? Ce falou que todo mundo sabe... o que todo mundo sabe?
– Cada um o que deveria saber.
– Bom! Isso me isenta de qualquer culpa!
– Tem mesmo que ser tudo uma questão de culpa? Culpa, pecado, castigo, mas que sisteminha mais falido , hein? Coisa do capeta!
– Olha o batimento, ta subindo. – Sob controle. Pressão normal.
– O que é que cada um deveria saber?
_ não me olhe assim.
-eu não sei de mim, cara! E vc vem com essa! Eu tenho uma tia e sei, vc ia gostar dela.

Ontem, antes da gente sair da boate, ela me ligou e, contou uma coisa, não te contei, não?-o que ela te contou?-ela me disse que sabia o que você fez!-ela sabia . Como? Pensei que só a gente sabia disso.
_o que eu faço agora?-agora? Você retira o tumor da parte superior do fígado e cuidado para não cortar a artéria!
_Entao, você sabe ela também é medica e essa é a coisa ninguém deveria saber, a outra que todo mundo sabe e que não é sua culpa, essa que você não sabia até poucas horas atrás, é culpa do seu pai por isso relaxa!-meu pai! Mas essa sua tia! Não entendi por que eu iria gostar dela?
-pelo simples fato de que ela descobriu e não vai se intrometer. Ela prometeu. -verdade?Fico aliviado,
-é o melhor mesmo, pois depois da operação temos que encobrir o que você fez para ninguém mais descobrir.Ou você quer arriscar perder sua licença?
-nao, minha licença nao...

- Mas...., vem cá... Pra quem não sabia de nada, você está sabendo bastante não?
- Ehhh, hum... eu? Não sei de nada não, só comentei o que minha tia falou... Aliás, alguém contou a ela e sabendo que te conheço...- Hã... e ela "sabe" quem contou? E... o que você sabe?
_não sei nada!!! E ela pensa que sabe, mas não sabe. Sabe essas coisas que a pessoa bota na cabeça, acredita e pronto. Não há Cristo que tire.E por falar em Cristo, se eu fosse vc, rezava.-se eu quisesse conselho teria pedido,mas não quero, nem sei o quero...
aff...se eu soubesse, nem passava por aqui...mó babel, cara! Olha lá neguinho com a barriga aberta....ichiii! O médico tá doidão...jésus!! E quem é aquela montada no modelito, fumando com piteiraaa!? Aquilo na mesa...é um cadáver,? É um cadáver....?-relaxa, mano,hum, tu quis entrá achando que era festa de bacana, que a gente ia sair com dólares e Dolores, blábláblá...véi, tem sangue pra todo lado...deve ser algum ritual macabro ou um bandode maluco...ad Tempus fugit não é uma boate, Lacraia...é...é...AAARRGHH!!!!
Lacraia, Lacraia, são os "coisa ruim", é zumbi, tudo zumbi, conheço pelo olho, alma penada querendo encarná...Socorroooo!!!
_Não grite. Acalme-se! Vamos: respire fundo, isso assim. Não fale agora.
-Eu vi! Vi sim, aquele cadáver, a moça com a piteira, sangue pra todo lado.
-HAHAHAHAHA, só rindo mesmo! Você é igualzinho minha tia, incrível, ela pensa que sabe e, vc que viu.
-Não, não penso. Vi sim!!

-Olhe, olhe bem ao redor, não há nada aqui, todos já foram só os do plantão da noite chegando, além daquele cãozinho ao longe, e vc nesse eterno dilema:
_saber ou não saber.!
_Sabe de uma coisa. Eu sei, você precisa...

Entender. Precisa entender... Você não sabe...
- O que está fazendo com essa faca?
- Fique longe... Fique longe... afaste-se de mim... Nãããããoooooooo....
Banhado em suor, respiração ofegante, sentou-se na cama, olhou no relógio... Já estava atrasado.

Youkai, Cajadomatic, Kátia Mota, Neuza Pinheiro, Sueli Aduan,

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Das coisas do mundo


- Se eu soubesse disso nada teria acontecido.
- Como assim se soubesse? Você não sabia?
- Mas é claro que não. Como poderia?
- Uai! Todo mundo sabe.
- E o que eu tenho a ver com todo mundo, posso saber?
- Saber o quê?
- O que todo mundo sabe, oras!
- Mas você não é todo mundo. Não quer saber, e ainda diz que se soubesse nada teria
acontecido.
- Então nada aconteceu, ou aconteceu? ...

Renitencia estrutural


Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro
Cazuza/Arnaldo Brandão
.
Passando na frente de uma loja ouvi o radio que tocava uma musica antiga. O refrão dizia, a tua piscina ta cheia de ratos... e foi sumindo na distancia. Andei um pouco mais e engatei a mesma metrica na mesma melodia, a tua caveira ta cheia de ossos... Atravessei a rua e a coisa martelava, a tua banheira esta cheia de patos...a tua cadeira esta cheia de pregos... e foi piorando. A tua bexiga esta cheia de choppis... E não parou por aí.
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A tua mesa está cheia de restos...a tua vida está cheia de cacos...e martelando numa mesma batida frenética continuava: suas ideáis não correpondem aos fatos... Parei. Como as idéias não correspondem aos fatos? São fatos!!
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Dei meia volta e comecei a voltar pelo mesmo caminho, tentando tornar a musica audível novamente. E o tempo não pára. Não pára, não, não pára. Quando se vê já são seis horas, quando se vê,já é sexta-feira, quando se vê, já é natal, quando... agora é tarde... tarde pra se viver o que ja passou o que ja perdi pois o tempo o tempo nao para e quantas palavras audiveis deixei de cantar de rimar...
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O refrão vindo da loja. O que criei a partir daí...os fatos quando fatos, o tempo que não pára, o que passou, o que perdi, as palavras que deixei de rimar estavam impregnados na minha mente e eu matutando seguia calmamente, quando derrepente a ficha caiu e foi então que percebi, que não era eu a quem a musica havia impregnado, estava entrando na ideia de outrem sem que me desse conta disso. Minhas ideias não estavam correspondendo aos fatos.

Quando enfim
cheguei de volta a frente da loja, o tempo parou.
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Houve um silencio. Ninguem pensando? Timidamente o som veio vindo de novo, baixinho, mal se ouvia. Agucei meus sentidos... mais um pouco... até que pude ouvir uma frase completa:
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- Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida.
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Olhei em volta, quem seria? E ali pra meu completo espanto uma outra realidade, um mundo paralelo. Nem tanto, pensei, nem tanto. Pensamos. E era apenas o pensamento coletivo em forma de musica. Ao longe, a minha volta, todos. E uma fruta mordida.
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Imaginei que sabor teria a fruta mordida. Quem teria mordido e se por algum acaso, destes que ocorrem sem o menor sentido, o tempo teria de fato parado dentro de minha cabeça. Foi quando descobri que não existem acasos e que a mecanica de nossas vidas são mais regidas por nossos atos do que pela posição dos astros no espaço sideral.
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E estava assim filosofando quando ouvi la longe alguem cantando o jingle das lojas Marabrás...
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Sueli, Katia, Maferar & Sergio

domingo, 11 de outubro de 2009

Renitencia


Passando na frente de uma loja ouvi o radio que tocava uma musica antiga. O refrão dizia, a tua piscina ta cheia de ratos... e foi sumindo na distancia. Andei um pouco mais e engatei a mesma metrica na mesma melodia, a tua caveira ta cheia de ossos... Atravessei a rua e a coisa martelava, a tua banheira esta cheia de patos...a tua cadeira esta cheia de pregos... e foi piorando. A tua bexiga esta cheia de choppis... E não parou por aí.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

"Da garrafa de Coca-cola a uma calma incendiária"

Tinha ainda alguns minutos até ter de sair definitivamente para o trabalho. Respirou fundo, sentada à cabeceira da mesa, sozinha, o prato meio vazio, o copo meio vazio e a sua frente do outro lado da mesa a Garrafa de Coca-Cola.
"Que ironia!" - todos em casa e o que lhe fazia companhia à mesa era uma Garrafa de Coca-Cola e os restos de um almoço.

É a vida... Cada qual com os seus próprios problemas. Sentindo-se culpada por não ter terminado sua refeição, empenhou-se, nos minutos seguintes, a comer e beber tudo o que estava a sua frente.
O pastor da igreja sempre diz:
_Há tanta gente no mundo morrendo de fome, desperdiçar alimento é uma tremenda falta de respeito. Então comeu em silencio, e também tinha um segundo motivo para se alimentar bem, este era mais pessoal, estava grávida de cinco meses. Um belo menino seria projetado ao mundo de dentro de si.
Foi esse pensamento que a animou e desfez sua solidão.


Cinco meses e nenhuma palavra. Privou-se do alimento por todo aquele tempo, mas o que lhe havia servido isso? Para que ele não percebesse? Mas já estava ali. E uma hora notaria. Sentiu uma tremenda vontade de se deitar e dormir depois de ter comido tanto. Podia ligar no trabalho e dizer que não se sentia bem, por isso, não voltaria mais ao escritório naquele dia.

Afinal já tinha resolvido às questões mais urgentes. Queria ficar em casa. Seu desejo era adormecer pelo resto do tempo que faltava, antes de parir e começar uma nova vida. Seu belo corpo havia se transformado. Perdera a cintura, a barriga, já não lhe cabia dentro das calças.
Fernando não a desejava como antes, sequer a tocava, e nos últimos dias, pouco ouvira o som de sua voz.

Ontem, ao abrir o armário do escritório, seus olhos caíram no vazio, ao encontrar uma carta, era de sua irmã, há anos não falava com ela devido a uma briga que tiveram quando ainda eram adolescentes. Mas, para seu espanto maior, a carta não era para ela, mas, para Fernando.
Uma grande dúvida tomou conta de seu ser: Deveria ou não abrir a carta?
Não deveria! E não abriu, guardou-a de volta. O que quer que estivesse escrito não era endereçada à ela, e também não queria saber das palavras de sua amarga irmã. Deixou estar, mais hoje ao menos havia algo para chamar de companhia, não.

Num gesto rápido, de desespero, abriu o armário, pegou a carta novamente. Coração acelerado, mãos trêmulas, olhou o envelope, a letra delicada, o cheiro agridoce e, tudo lhe veio à memória: a irmã, Fernando, os restos de vários almoços, a casa... e suas únicas companhias: uma carta e uma garrafa de Coca-cola. Automaticamente trancou a porta e abriu a janela.

E novamente a dúvida: Abri-la? Essa era a decisão mais acertada. A gravidez ainda não podia ser notada e ainda não tinha idéia do que fazer. Não podia correr esse risco agora. A caligrafia corrida, indicava pressa ao escrever. A principio amenidades, porém, sabia que algo deveria estar escondido naquelas entrelinhas. Até que surgiu a palavra, o Nome proibido:
Traição... Traição... Tra-i-ção

Podia sentir o coração batendo nas temporas. Respirou fundo e tomou coragem de ler até o final. Aos poucos foi tomada de uma calma incendiária. Não pode impedir o sorriso estampado no rosto. A satisfação.
Entumeceu a barriga, acariciou-a lentamente.


Youkai, Katia Mota, Jacke, Ira Buscacio, Tina, Mariana, Sueli aduan.





quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Uma garrafa de Coca-cola

Tinha ainda alguns minutos até ter de sair definitivamente para o trabalho.
Respirou fundo, sentada à cabeceira da mesa, sozinha, o prato meio vazio, o copo meio vazio e a sua frente do outro lado da mesa a Garrafa de Coca-Cola.

"Que ironia!" - todos em casa e o que lhe fazia companhia à mesa era uma Garrafa de Coca-Cola e os restos de um almoço.