quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Gerundio Passalaqua e as sutilezas da Paixão

Foi na Barra funda em meados de 1733 que Gerundio Passalaqua experimentou a primeira vez. Não se pode dizer que ele sentiu volúpia, mas um destes estados neutros que beiram o êxtase e o desespero. Foi por assim dizer um momento pródigo cheio de tensão e surpresa destes que ficam durante anos impregnando os canyons de nossa memória com a sutileza de um furacão.

E, que faço agora? Vivo somente dessa recordação, com os olhos sempre voltados para o chão, perdido feito um cão.
Hum! Só me faltava querer se poeta, e pelo andar da carruagem, não tenho o menor talento.

Quem sabe eu possa escrever alguma coisa, mas não em verso. Esse aperto não quer passar todos os dias atrás desse balcão vendendo, e pensando na mesma coisa.
Um dia atrás do outro, entre o zelo e desmantelo, sigo arrastando, como correntes, aquele desespero travestido de euforia.
Na corda bamba com o coração em compassos de samba.

E entre balcões, bêbados e suspiros, mais um dia se foi, tenho de arrancar de vez essa imagem, como as peras que apodrecem sob o prato, sinto-me definhar. O relógio não detem a morte das peras, não posso deter em mim esse pulsar,

Saio do balcão, lá fora o sol me aquece, e descubro que não adianta nada, o calor não afasta o frio da alma. É muita sorte estar tão quente neste inverno que a pouco era rigoroso. Fixo meu olhar nas carroças, distrações a parte, a memória pulsa.
Por que meu pai? Deus todo poderoso. Por que me atormenta e castiga?

Vou pedir o resto do dia de folga, embora esteja tão cedo meu patrão há de entender. Há sim. É que quando a gente chora o relógio parado, a morte do tempo, nem sabemos que dia é o hoje. Perdi mesmo a noção do tempo, também só faço chorar, nessa solidão sem fim, mas eu não me chamo Gerundio Passalaqua se hoje não me perder de tanto amar.

Amar, minha mulata de bronze, que saudades tenho de ti... Não a vejo há apenas dois dias, mais me sinto como se fossem décadas, meu coração verte lagrimas de desespero sabendo que nosso amor secreto não pode ser legitimado. Devo casar-me com Karmem, mais é a ti que amo.

Meu senhor! Viro-me para meu patrão, que recostado na parede da entrada do mercado pensativo. Diz:
_não fique ai a pensar, faça como eu, a cada passo que dou sinto meu coração bater, sinto a vida em todo seu esplendor, rodeado por cor e luz.
Todos os poros da minha sensação de pele macia apreciam esta brisa que me rodeia, me faz sonhar, me ajuda a continuar lutando, continuar a amar, confiar, e esquecer os dias negros.
Por um momento eu sinto a força da vida que cresce dentro de mim e com essa força eu sinto que posso continuar a seguir!
Bebendo desta fonte Inesgotável.

A fonte de onde tudo nasce, o desejo, que fica impresso no fundo das nossas vidas para sempre, que ficou em mim, Gerundio Passalaqua, em Karmem, em Marias, Antonios, Pedros, Vinicius, nas multidões, na Barra Funda, em Montmartre, em Cádiz, mundo afora.
O desejo de tudo comer.

CajadOmatic, Youkai, Kátia Mota, Grupo CeroVersoB , Meu Cantinho ,Sueli Aduan

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Foi-se o martelo (tit &¨imagem prov. 78.453)


Foi na Barra funda em meados de 1733 que Gerundio Passalaqua experimentou a primeira vez. Não se pode dizer que ele sentiu volúpia mas um destes estados neutros que beiram o extase e o desespero. Foi por assim dizer um momento prodigo cheio de tensão e surpresa destes que ficam durante anos impregnando os canyons de nossa memória com a sutileza de um furacão.

No telhado tinha um homem...tinha um homem no telhado...no telhado...


..e que Nietzsche estava certo e que Deus está morto.
Blasfemo contra todos os santos e digo que o
fim está próximo
.


Digamos que eu suba no alto de um prédio e comece a gritar como um louco às 4 horas da manhã. Xingo o prefeito canto musicas de mau gosto e atiro longe meu sapato que cai num teto de zinco com o maior estardalhaço. Suponhamos que eu faça tudo isso sem o menor pudor, respeito ou vergonha na cara. Fico ainda pelado e começo a correr por cima das telhas. Jogo uma garrafa de wodka no meio da rua, acendo um baseado e danço todo desengonçado. Mijo lá de cima na capota dos carros parados e digo que Nietzsche estava certo e que Deus está morto. Blasfemo contra todos os santos e digo que o fim está próximo. Aí do nada surge uma figura e me diz:

Maninho você viu meu fígado, não estou encontrando meu fígado...
-que fígado Pedro! chapou de novo é...
-é culpa sua, não vê minhas vísceras espalhadas sobre meus pés...
olhando mais atentamente Clark percebe a ausência de órgãos no abdômen de seu irmão, ao chão misturado sobre sangue negro e fétido encontram-se intestinos, rins e uma gosma gordurenta e amarelada de cor de pus que recobre a carne destroçada...
-meu deus homem o que aconteceu com você? Despejou tanto desespero em sua voz que se assustou e olhou para os lados freneticamente...
-o que, não se lembra mais? Maninho você me deixou morrer. o pó, lembre-se, o pó maninho.
-seu velho punk desgraçado suma daqui, seu merda maldito, maldito, me culpa por tudo, sempre culpou, não foi minha culpa, não foi minha culpa, não foi... os gritos irromperam de sua garganta cortando o céu rubro da noite, mais foram cessados pelo vomito que escorreu entre seus dentes e banhou seu tronco nu, tombou para frente de joelhos, suas órbitas viraram e desfaleceu sobre a possa formada pelo seu próprio vomito...

A manhã rompia quando recobrou os sentidos, ou acordou, ou a ressaca, o cheio, o calor começou a incomodar. Não havia ninguém ali, nenhum sangue, nem víceras, nem nada, só. Estava completamente sozinho salvo pelo sol que começava a tingir o céu de magenta.
Que sonho! Que alucinação!
Desceu do telhado, envergonhado, descalço, sujo.

Dignidade era algo que Pedro não podia esperar para si naquele momento, mas não precisava de dignidade, sim, de um bom café, com torradas e geléia.
O dia havia restaurado toda sua consciência e Pedro não tinha alternativa, a não ser encarar sua fragilidade. Levantou-se e foi ao encontro daquela mulher, não sem antes passar em casa, dar um tapa... conseguir se por apresentável.

A decisão estava tomada, não iria fraquejar dessa vez. É isso mesmo.
Dessa vez eu pego aquela zinha, não vou dar tempo não, quando ela perceber já era cara, o 38 vai estar dentro da sua boca, vai pagar caro cada telha quebrada, cada garrafa de vodka que enfiei goela abaixo, não ficará impune.
Quero olhar fundo em seus olhos e, me permitir sentir toda a repulsa, toda raiva... daqueles olhos verdes, daqueles...olhos Verdes como o mar, verdes como os pinheirais...verdes.. verdes..Chega maldito, pensamento. Cadê meu revólver daqui...

E, assim após uma breve caminhada escada abaixo, pelado mais determinado irrompeu pela porta do apartamento 543, apartamento que não lhe pertencia, mais seu proprietário não se importaria que fosse reocupado, afinal estava meio morto, era o apartamento de seu irmão.
A primeira coisa que fez não foi tomar um banho, mais sim dar um tapa, a coca em cima da mesa também não lhe pertencia, mais quem reclamaria, no fundo a merda toda já estava feita, aqueles traficantes italianos não largariam do seu pé até que a divida estivesse paga com seu sangue, divida esta que também não lhe pertencia, mais o diabo já havia enfiado o tridente em seu rabo.
Rapidamente limpou-se, chapou o cabelo louro para traz com gel, vestiu um paletó cinza e de dentro do criado mudo retirou o revolver calibre 38 , este sim lhe pertencia.,pegou também as chaves do velho mustang do tio Vincent, que emprestará no dia anterior, e saiu pela porta a caminho da fábrica, onde encontraria aquela vaca que traiu seu irmão...
mais antes mais um tapa...um tapa...e o improvável aconteceu...uma lucidez surgiu dentro de si, já não era o mesmo e, com toda certeza não era efeito daquela droga.
Sentiu-se renascer a caminho da fábrica, talvez a paisagem... ou o som do velho mustang. Tio Vicent sabia das coisas d'alma.
Vivaldi e uma imensa alegria.

Então, desligou o motor, seu rancor já não extremava mais atitudes que poderiam lhe causar danos profundos na alma, muito além, de todo o pó da civilização. Ansiava por liberdade. Sabia que era inevitável o sentimento de perdão. Não suportava mais sua escravidão e diante daquela mulher, que tanto odiara, daquela vaca infame, seu olhar apiedou-se. Ali estava a grande chance, de reconciliar-se com sua amada, mas foi
nesse exato momento que ouviu :
-Eu sou aquela a quem tu clamaste todo esse tempo, e digo-lhe que fizeste tua lição corretamente, vejamos; perdeste toda confiança em ti, conseqüentemente não mais enxergas o outro. Renegaste todo e qualquer "invisível" transformando-se em uma figura deplorável. Profanaste o templo que está em tí e finalmente entregaste-me o que há de mais valioso no Ser, a tua Alma!!!!!
Quando a velha sem nome começou a aplaudir, a aplaudir pausadamente o espetáculo solitário que eu fazia. Aplaudia com a força do flagrante Segurei meu pau.
Um calor do inferno vinha do corpo. Uma alegria escancarada de ser imoral!

E, ali sozinho nu o calor foi cedendo, cedendo....lentamente, e agora já sentado, com uma vista privilegiada, olhei ao meu redor, escutei o silêncio da noite, olhei lá longe os pinheirais verdes, relembrei os olhos da minha amada, na mente as palavras de Nietzsche misturavam-se com a de um outro,o rabino Bonder, Nilton Bonder, e seu livro, A Alma Imoral, leitura em que percebi, que podia repensar minha vida, escolher um novo caminho.
Mesmo porque, com Deus morto, e com a minha vontade de potência, descubro que não sou imoral, apenas humano demasiado humano.
Sérgio cajado, Youkai, Katia Mota, Ira Buscacio, Sueli Aduan, Célso Ramos, NDoretto.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Provisorio 5438

Digamos que eu suba no alto de um prédio e comece a gritar como um louco as 4 horas da manhã. Xingo o prefeito canto musicas de mau gosto e atiro longe meu sapato que cai num teto de zinco com o maior estardalhaço. Suponhamos que eu faça tudo isso sem o menor pudor, respeito ou vergonha na cara. Fico ainda pelado e começo a correr por cima das telhas. Jogo uma garrafa de wodka no meio da rua, acendo um baseado e danço todo desengonçado. Mijo la de cima na capota dos carros parados e digo que Nietzsche estava certo e que Deus está morto. Blasfemo contra todos os santos e digo que o fim está próximo. Aí do nada surge uma figura e me diz:

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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Subindo e descendo


Perdeu. Foi uma questão de segundos,
mas é assim mesmo, quando não é pra
ser não há nada à fazer. Hum... Será?

Era esse seu pensamento, naquele finalzinho da tarde, na plataforma da estação vendo ao longe o trem que partia... havia se perdido. Pensou em voltar para casa em que estava hospedado, na periferia de londres, mas resolveu esperar o próximo trem, que chegaria em 15 minutos. Sentado naquele banco de ferro tão gelado quanto o vento, observou que um rapaz ao seu lado também estava aflito. resolveu puxar assunto e perguntou:

- One of those days, right?
- Sim, um dia e tanto... não se assuste sou brasileiro e percebi de imediato que vc também é.
- Como?
- Ah! adivinhe...

Sentados no banco por alguns minutos se instalou um silêncio, uma breve pausa, algo que levava o pensamento de duas pessoas ao longe. Os dois pareciam espelhos um do outro.Pensavam juntos o que levaria perder aquela partida, já haviam tantas vezes tentado. Até que um perguntou ao outro.

- Porque quer partir? Para voltar ou para ir embora? O outro num tom calmo, respondeu:

-Para chegar...chegar em algo que eu mesmo não sei explicar... e você?
-Eu, mais uma vez, tentei partir, mas todos os dias perco o trem e fico aqui sentado ao vento, esperando a minha hora. Não se pode mais adiar, é preciso uma decisão. Faço um trato, assim que o próximo trem chegar subirei lentamente, degrau por degrau, o vento gelado sob meu corpo ficará pra trás, levarei somente os momentos aqui vividos, algumas oportunidades perdidas e a certeza de estar sempre partindo...

Olharam-se profundamente no mesmo instante em que o trem abria suas portas. Subiram os degraus, entraram no trem e logo este partiria para longe dali. Cada um tinha em mente que tanto podiam voltar para suas antigas vidas ou começar uma nova à partir daquele momento. Era tentador, a oportunidade se apresentava mas algo impedia, um aperto no coração, lembranças indo e vindo,o medo dominando tudo, até que num gesto tresloucado o primeiro tirou os oculos olhou nos olhos do outro e perguntou:

- Você não é bicha, é?
- Claro que não, respondeu o outro meio rindo, porque, vc tem medo de bicha?
- Não é isso, não tenho nada contra, acho até que os gays são muitas vezes mais sensiveis que os heteros com seu machismo infame...
- Ah!, disse o outro amigavelmente, então vc é bicha!
- hãã, um pouco...
- Hahahaha, sem problema meu amigo, compartilho de sua opinião embora prefira as mulheres. Na verdade tenho quase que so amigas, e apenas alguns conhecidos, acho a maioria dos homens brutais e pouco refinados, sinto-me meio excluido do universo masculino.
- Estou notando uma certa bichice em vc....
- Hahahaha, isso é engraçado, sinto desaponta-lo mas minha libido está mesmo voltada para aqueles seres diafanos que me seduzem ao passar, aquela leveza que até as gordas tem e que nenhum homem jamais conseguiria forjar.
- Serio, eu tambem te entendo, ha alguns anos atras eu tambem me apaixonei por uma mulher... acho que ela era meio masculina, hehehe, mas mesmo assim ainda era uma alma feminina... acabamos porque começamos a virar amigas, hahahaha
- Hahahaha, pelo visto não foi traumatico...
- Não, foi uma experiencia muito romantica. Nem sei porque te conto isso, mas so me apaixonei duas vezes em minha vida.
- Hum, e a outra historia foi com um rapaz...
- Pois é, e essa machucou minha alma.
- Sinto muito, me entristece ver historias sem final feliz
- Ora, algumas historias nem acabam, apenas se interompem flutuando no limbo da esperança.
- E quais as suas expectativas agora?
- Promete que não vai rir?
- Quase.
- Bom, entrei num seminario para ser padre.
- Hahahahahaha, desculpe, não pude me conter, quer dizer que por não conseguir definir suas preferencias sexuais vc se envolveu no universo divino?
- Mais ou menos isso. Vou lhe contar algo que aconteceu comigo em Cardiff quando fui visitar minha tia galesa: Cheguei num dia tipicamente enovoado e cheio de garoa quando vi pela primeira vez esta mulher, minha tia. Você nem pode imaginar o que senti ao vê-la, tinha em minha mente, uma imagem construída dia após dia, pela minha mãe sobre tia Annie. E no exato instante em que me deparei com ela, uma questão de segundos, surgiu a dúvida: minha mãe tinha mentido aquela imagem parada na minha frente, ainda que o nevoeiro atrapalhasse um pouco, não correspondia em nada à figura da minha infância, das histórias que ouvia naquelas noites. Com botas pretas e um velho chapéu marrom, ela foi se virando, virando como num filme; sabe como? É, desses de faroeste, na hora até pensei que ela fosse sacar uma pistola, mas que nada cara, a velhota, deu uma cuspida de lado e, com um sotaque enrolado disse: oi frangote, que bom, faz tempo que não chega um homem por aqui e dizia isso balançando sutilmente o corpo com as mãos entre as coxas. Cara! tremi todo....as imagens cheias de sensualidade da tia Annie suas pernas longas, seus seios firmes, seu cheiro doce, tudo ia se dissolvendo. Eu só podia querer mesmo conversar com Deus, pedir uma explicação, daí pra entrar no seminário foi uma questão de segundos. Afinal um acontecimento desses deixa qualquer um meio bicha ...
- hum... curioso. Não conheço sua tia Annie mas posso imaginar o susto. Eu tiraria de letra, dava um tapão nas costas da velha e diria: ô perua, cê ta mais pra la que pra ca hey? Sei la, ia depender do meu humor, talvez virasse as costas e fosse embora sem dizer uma palavra, talvez desse uma comida nela, uma surra, gargalhasse, chorasse mas não ia virar viado por causa disso nem padre... que é a meu ver, quase a mesma coisa.
- Cê acha que ser padre é viadagem?
- deixe-me colocar desta maneira, ser padre é hoje em dia a maneira mais ridicula de fugir da confrontação com um problema real, vc se entrega a Deus, ele te perdoa e tudo fica resolvido. Acho que o que te faltava mesmo é conhecer uma mulher de verdade, uma paixão que te consumisse e que te levasse a comparar com suas experiencias anteriores, buscar uma visão clara e finalmente decidir se vc prefere mulher ou ser um padeiro distraído.
- Padeiro distraído?
- É, aqueles que deixam queimar a rosca...
- Wow, que grosseiro!
- Desculpe, vc tem razão, piada de mal gosto, mas irresistivel vc ha de convir.
- Hahahaha, é mesmo, mas eu tinha que reclamar, isso não se diz a estranhos.
- É , mas depois de ter contado sobre a tia Annie, não somos mais assim tão estranhos.
- Fine, e quem vc vai me apresentar pra eu ter esta paixão consumidora?
- Ah, that´s your problem, gente é como livro, os melhores vc não acha, eles te acham!
- Foi o que aconteceu!, eu achei a Biblia!
- A Biblia?!? Mas a Biblia é um livro que fala tão somente de perdão e amor
- Sim é preciso ler com esses olhos, senão, vira tudo pecado e putaria.
- Bom, o que importa é amar, ¨Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados amar?¨ hehehe, Drumond, esse era o cara...
- Ora pois! Perdoe-se, ame-se, perdoe sua velha tia e é claro: escolha, lembre-se do livre-arbítrio.
- Você tem razão, vou procurar uma outra resposta.
- Por favor, não me entenda mal, se vc acha que o seminario é o seu caminho, por favor...
- Não, você esta correto, acho que é apenas uma fuga da confrontação.

Neste meio tempo uma outra composição entra na estação e o trem vai parando no terminal. As portas se abrem e muita gente vai descendo dos vagões. Os dois olham para o movimento e notam descendo a sua frente duas garotas charmosissimas. Entreolham-se sorrindo mas este sorriso desapareceu quando atras das moças uma voz ligeiramente esganiçada exclama para eles:

- I just can´t believe in my eyes! Se não é meu sobrinho maricas e seu namoradinho boiola!

O indeciso olha para seu novo amigo e diz:
- Existem mais criaturas entre o trem e a rampa do que sonha nossa vã filosofia.
- Sem dúvida, disse o outro, sont tout choses de la vie, mas eh bien, c'est l'amour! e la se foram conversar com tia Annie.

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Lucas, Celia, Jacke, Sueli e Sergio